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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

tema 2015: os velhos

fotografia: Carlos Adriano, Arquivo Municipal de Vila do Conde

A presente edição da Queima do Judas propõe-se recuperar as histórias e as memórias das pessoas mais velhas que trabalharam e viveram o funcionamento dos antigos estaleiros navais de Vila Conde, trabalho a partir do qual será realizada a narrativa do espetáculo.

Ser velho é viver contra o corpo até chegarmos a um momento em que a luz do sol nos parece uma dádiva inestimável e vale a pena viver apenas para fazermos a fotossíntese das tardes.” valter hugo mãe, in A Máquina de Fazer Espanhóis




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tema 2015: os estaleiros


Vila do Conde sempre teve uma forte ligação com o rio e com o mar, que se acentuou ainda mais com a construção do estaleiro naval na época dos Descobrimentos, sendo que a arte e ofício da construção naval é, na cidade, anterior a este período da história. Em 1994 os estaleiros navais foram transferidos para a margem esquerda do Ave, lugar onde atualmente continuam a construir os barcos.

Para andar à pesca e para atravessar o rio era necessário haver barcos e havendo barcos era preciso que os construíssem e reparassem. Atendendo a esta lógica simples, mas de todo verdadeira, pode concluir-se que a construção naval tem, pelo menos, a mesma idade do burgo, ainda que de uma forma rudimentar e de uma atividade necessariamente diminuta. (...) Vimos como os nossos estaleiros foram crescendo nos primeiros duzentos da nacionalidade. Viriam a atingir grande prosperidade com as conquistas no norte de África. É mesmo sabido que muitas embarcações que partiram à conquista de Ceuta foram construídas em Vila do Conde e que daqui partiram, também, a levar o pão que era preciso naquela zona de África. O comércio com o norte da Europa, donde provavelmente foram trazidas as rendas de bilros que hoje tanto nos celebrizam, ocupava grande número de embarcações e mareantes. A fama dos nossos carpinteiros da ribeira e calafates chega à capital do reino. (...)
Monteiro dos Santos, in Páginas Verdes - Vila do Conde, Maio 1994

Não se pode atualmente fazer uma ideia, sequer aproximada do movimento e atividade que isso imprimia a esta Vila o seu estaleiro, no tempo em que toda a margem do Ave, desde a Alfândega até ao Cais das Lavandeiras, era insuficiente para se erguerem as quilhas dos navios em construção e contratados para construir. Não era só aos carpinteiros da ribeira que o estaleiro dava trabalho. Os ferreiros, os calafates, polieiros, cordoeiros, entalhadores e muitos outros artífices, tinham ali durante o ano trabalho remunerador.”
in Commercio de Villa do Conde, Maio 1908




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queima do judas 2015: o tema

fotografia: http://caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

Em 2015, a Queima do Judas propõe-se ir ao encontro dos vila-condenses que estiveram ligados aos antigos Estaleiros Navais de Vila do Conde para ouvir as suas histórias, das quais será criado o tema central da edição deste ano.

Os antigos Estaleiros Navais de Vila do Conde são o tema de inspiração da edição de 2015 da Queima do Judas. É difícil definir a idade dos estaleiros de construção naval em madeira de Vila do Conde, acreditando-se que a sua origem remonte à época de início do burgo.

Como tema secundário, a Queima do Judas abordará este ano Os Velhos. A par da tendência ocidental, Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo. E onde, apesar disso, nem sempre se encontra o devido respeito pela sabedoria dos mais velhos, aqueles que nos contam as histórias que nos permitem melhor entender o futuro.




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queima do judas 2015





data > Sábado, 4 de abril de 2015, 22h30

local > Largo da Alfândega





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queima do judas: 10 edições!


queima do judas 2005, fotografia de Margarida Ribeiro



Em 2015, a Queima do Judas completa 10 anos e 10 espetáculos em Vila do Conde, evento cada vez mais caraterizado pelo cruzamento da tradição com a contemporaneidade e a comunidade de Vila do Conde. 

A Queima do Judas está assente na criação artística, na investigação, na formação e na experimentação (dramatúrgica, coreográfica, musical, visual e cenográfica), no sentido de apresentar ao público um conjunto de atividades que passam pela intervenção urbana, formação, conferências e um espetáculo comunitário de teatro de rua multidisciplinar.

A Queima do Judas acontece este ano no sábado 4 de Abril.





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